terça-feira, 31 de março de 2009

Phrásis #2...

Phrásis... do grego, "modo de falar"

"Como se todo o novo empreendimento de negócios, todo o movimento industrial, não tivesse o interesse maior por parte de quem o propõe, multinacionais contam com a falta de empirismo dos governos de países subdesenvolvidos e, até, de países em desenvolvimento, para alargar suas fronteiras de dominação e aumentar consideravelmente seus lucros, dizendo-se totalmente preocupadas com a harmonia dos lugares a que se propõem explorar."
(Eu, num trabalho acadêmico, em 30/03/2009, às 16:48h)

sábado, 28 de março de 2009

Decisão inédita...

Hoje a tardinha, assistindo um telejornal, soube que um aluno da rede estadual, em Canoas-RS, desferiu um soco no rosto da Vice-Diretora de sua escola. Segundo a professora, durante o registro da ocorrência na polícia, ainda foi ameaçada de morte pelo garoto, que "já não apronta pela primeira vez". O rapaz, depois de agredir a professora, ainda jogou um vaso de plantas em direção a monitora do colégio e, logo após, fuigiu, tornando-se mais um número: O terceiro caso de agressão de alunos contra professores e funcionários de escola, somente nesta semana, no RS.

Há poucos dias, um aluno do último ano do Ensino Fundamental de uma escola de SP, levou uma arma de fogo para dentro da sua sala, segundo ele, somente para "mostrar aos colegas". E foi apenas suspenso por alguns dias, embora os pais de seus colegas tenham exigido que fosse expulso (desculpem... depois do Paulo Feire e do ECA, o correto é dizer "convidado a se retirar").

O fato é que, na minha opinião, o problema do comportamento das crianças e adolescentes nas escolas estar dessa forma é tão somente a falta de limites. Sei que vocês concordam, mas eu verifico isso, pessoalmente, todos os dias. É verdade que há muitas pessoas (casais ou não) tendo filhos, sem que estejam preparados para isso. Assim como há aqueles que jamais vão estar preparados e, mesmo assim, os têm. Mas esta é outra discussão.

O que me pergunto é se o destino imposto a adolescentes que manifestam suas emoções através de atos violentos, como o jovem de Canoas, deva ser mesmo a FASE (antiga Febem)!?

Em dezembro do ano passado, em decisão inédita no País, pela primeira vez um estrangeiro foi condenado e teve a prisão em regime fechado substituída pela
restritiva de direito, a chamada pena alternativa. A portuguesa Íris (cujo nome completo não foi divulgado), presa por tráfico de drogas, e condenada a quatro anos de reclusão, teve sua pena substituída, por determinação do juiz Mário Azevedo Jambo.

Determinou ele que a moça responda o processo em liberdade e que, durante todo tempo do trâmite processual, entre outras determinações de ordem formal, a estrangeira compareça diariamente a biblioteca da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, no horário entre as 14 e 17 horas, para fazer leituras da obra de Fernando Pessoa (o Excelentíssimo deve ter imaginado que seria mais interessante para ela ler "Pessoa" ao invés de Joyce ou Wilde).

Após o primeiro período de estudos, programado pelo juiz, responsável pela 2a. vara de Natal, deve Iris apresentar-se diante dele para, juntos, discutirem a obra do poeta português e, quem sabe, escolher um outro autor.

Na decisão, o Juiz Mário Jambo também traz uma crítica ao sistema penitenciário brasileiro, definindo por ele como "fábricas de zumbis". A sentença é passível de recurso para o Tribunal Regional Federal, mas me parece ser uma excelente alternativa, senão para adultos (leia-se indivíduos que atingiram a maioridade) que praticam crimes hediondos, para jovens que, muitas vezes, só querem "chamar nossa atenção".

O engraçado é que, quando o Cristóvão Buarque dizia em seu programa eleitoral que as únicas três saídas para o Brasil eram "a educação, a educação e a educação", até eu achava engraçado.

André Christ

Eu participei...

Hoje, às 20:30h, desliguei as luzes de casa por uma hora.

Juntei-me a Hora do Planeta... Uma campanha internacional, proposta pela WWF, que se manifesta contra o aquecimento global.

Convidei amigos, conhecidos, vizinhos, alunos, todos que me cercam. Eu participe!

Acendi uma vela, enquanto estive dentro de casa, aproveitando para exercitar um pouco meus outros sentidos. Saí para rua, acompanhado do meu chimarrão e contemplei o céu.

Em Sidney, Nova Iorque, Londres, Tóquio, Rio de Janeiro e em várias outras cidades ao redor do mundo, o evento foi um verdadeiro sucesso. Este ano foi o primeiro que a WWF-Brasil participou da Hora do Planeta e, talvez, por isso as estrelas permaneceram com o brilho ofuscado pelas luzes da minha cidade.

Só espero que em 2010 a consciência e a participação dos pelotenses seja maior.

André Christ

O que o sono é capaz de fazer...

Quando a luz do sol brilha no céu e não conseguimos concluir tudo o que temos para fazer, usamos a noite, certo? Eu, por exemplo, tenho o hábito de usar as noites sempre, para as coisas fundamentais, bem como para as mais fúteis. Porém, quando sono bate, é hora de dormir e pronto!

Especialmente em frente ao computador meu sono demora a aparecer, mas quando vem... É capaz de me fazer cometer as maiores "cagadas" (desculpem o termo, mas não há outra forma de dizer).

Conseguem visualizar a situação (e alguém aí já deve ter passado por isso) onde um indivíduo (na verdade, uma anta), após uma noite inteira de trabalho, simplesmente aperta dois botões e joga tudo fora? Pois foi o que aconteceu comigo.

Após uma noite inteira examinando bibliografias e referências variadas, previamente lidas, e me utilizando delas para escrever, deletei todo... Eu dise TODO o trabalho. E pior que isso... Com o SHIFT pressionado.

Devo refazer meus cursos básicos de informática? Devo voltar a me utilizar do velho e seguro método da caneta no papel? Ou devo reorganizar meu tempo? Sinceramente estou me sentindo como o cara do vídeo aí em baixo.

Help Desk


Independente da resposta às alternativas anteriores, aprendi que, mesmo longe do volante, devemos respeitar os limites do sono. Ou... Assumir o risco de fazer #$*&!@£ , ficar &*§'$@!# da vida e xingar o espelho de tudo quanto é &$*§%$#£("$#&§£% !!!

André Christ
A Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho do poema de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer."


Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:

"Ah, Camões... Se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet e descobririas
que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"

A Vestibulanda ganhou nota dez, pela originalidade, estruturação dos versos e das rimas insinuantes. Também, foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas 'falta de sexo'.

Fantástico!

Temporada F1...

Neste exato momento, acabam os treinos para a definição da ordem de largada para o GP de Melbourne, primeira prova da temporada 2009 de um dos esportes mais acompanhados pelos brasileiros: A Fórmula 1.

E o campão do ano passado, Louis Hammilton, ficou apenas na 16a. colocação, tendo dois carros da mais nova equipe do campeonato, na primeira fila. E entre os pilotos da nova escuderia, está o tão pouco valorizado "Rubinho".

O esporte que chamou a atenção do grande público, ainda nos anos 70, com a conquista do primeiro campeonato de Emerson Fitipaldi, acabou se tornando uma grande paixão nacional (e minha pessoal). Os títulos dos pilotos Nelson Piquet - ainda lembro de meu pai, meu irmão e eu, vibrando, deitados sobre a cama, no domingo pela manhã, vendo aquela "baratinha" azul e branca da Brabham rasgar o vento - e Airton Senna da Silva, ao longo das duas décadas seguintes, só fizeram aumentar essa paixão.

E bem verdade que a trágica morte do nosso maior campeão, na curva tamburello, hoje curva Airton Senna, e que o tratamento dado a Rubens Barrichello pelos chefões do esporte dos mais de 300km/h até então, deixaram os brasileiros com poucas esperanças na conquista de novos títulos.

Mas a temporada 2009 está aí e, embora Kimi Raikkonen (companheiro de equipe de Felipe Massa e, aliás, ùltimo tempo nos treinos livres desta sexta) tenha dito que "o GP da Austrália não é base para previsão de 2009", algumas regras já estarão valendo:

- A proibição dos testes durante a temporada;
- A volta dos pneus "Slik" (pneus de chuva);
- O uso de, no máximo, 8 motores durante as 17 provas do ano; e
- A alterações aerodinâmicas importantes nos carros, como o uso da asa dianteira móvel (que poderá ter seu ângulo alterado, diretamente pelo piloto, 2 vezes por corrida) e a introdução do "Kers" (estrutura disposta na traseira do carro, que proporciona maior estabilidade nas curvas e devolve a energia produzida pelas frenagens como um adicional de +80cavalos na potência dos motores).

Como os GPs de 2009 prometem, mais do que nunca, equilíbrio entre as equipes de maior e menor expresão da F1 e considerando que temos 3 brasileiros, em equipes com menos ou mais tradição no esporte (Massa na Ferrari, Piquet na Renault e Barrichello na "Brawn GP Formule One Team", antiga Honda), as chances se multiplicam.

No GP Brasil, previsto para 16, 17 e 18 de outubro, na pista de Interlagos, poderemos ter novamente um brasileiro Campeão Mundial de F1. Ou... sequer sentar no sofá para asistir a corrida.

André Christ

sexta-feira, 27 de março de 2009

O pior e-mail da semana...

Essa semana - a última de março de 2009 - recebi um e-mail intitulado "O melhor e-mail da semana", contendo uma fábula ilustrativa e comentários de pessoas que o passaram adiante, a respeito da idéia principal.

Abaixo, segue o integral conteúdo deste e-mail e uma breve "crítica" pessoal às pessoas que repassam e-mails sem sequer refletir a respeito do que eles dizem.

O melhor e-mail da semana:
O COELHINHO, O URSO E O LEÃO
Um coelhinho felpudo estava fazendo suas necessidades matinais quando olha para o lado e vê um enorme urso fazendo o mesmo.
O urso se vira para ele e diz:
- Hei, coelhinho, você solta pêlos?
O coelhinho, vaidoso e indignado, respondeu:
- De jeito nenhum, venho de uma linhagem muito boa...
Então o urso pegou o coelhinho e limpou a bunda com ele.
MORAL DA HISTÓRIA: Cuidado com as respostas precipitadas. Pense bem nas possíveis consequências, antes de responder!
No dia seguinte, o leão, ao passar pelo urso diz:
- Aí, hein, seu urso! Com toda essa pinta de bravo, fortão, bombado...!
Te vi ontem, dando o rabo prum coelhinho felpudo.
Já contei pra todo mundo!!!
MORAL DA MORAL: Você pode até sacanear alguém, mas lembre-se que sempre existe alguém mais filho da puta que você!

'O problema do Brasil é que quem elege os governantes não é o pessoal que lê jornal, mas quem limpa a bunda com ele!'

--------------------------------------------------
rsrsrsrsrs
Esse foi o melhor mesmo. Ainda estou rindo sozinho.
Um abraço do 'Sil'.
'Pessoas espertas podem se fazer de tolos, o contrário é muito mais difícil.' (Kurt Tucholsky)
--------------------------------------------------
kkkkkkkkk
Realmente o melhor e-mail da semana, para nossa vergonha é claro, mas fazer o que se não rirmos das próprias burrices
Um ótimo dia ao meio de uma semana impar.
Abraço


Amigos
Respeito profundamente o inciso IV do Art.5o da Constituição da República Federativa do Brasil, onde reza que "é livre a
manifestação do pensamento (...)". Mas devo dizer ao querido amigo que me enviou este e-mail que não se trata do "melhor e-mail da semana" e sim do "mais imbecil que jamais recebi".
O Brasil, sem dúvida nenhuma tem muitos problemas. Administrativos, inclusive. Mas algumas pessoas esquecem que um Estado Democrático de Direito se faz atravéz do respeito a todos, sem distinção.
Não venham distorcer a inocente frase de Tucholsky, nem mesmo aproximá-la de uma frase tão ignorante e vazia quanto uma que diga que "O problema do Brasil é que quem elege os governantes não é o pessoal que lê jornal, mas quem limpa a bunda com ele!" Cujo autor, aliás, não é digno sequer de respeitar a segunda parte do inciso Constitucional já citado: "(...)sendo vedado o anonimato;"
Com todos os problemas, sejam eles de ordem política, econômica ou social, o Brasil se revela um País não muito diferente dos demais, pois todos têm problemas. Mesmo aqueles considerados de 'primeiro mundo'.
O Brasil tem desigualdade social sim. Tem pretos, brancos, amarelos, vermelhos, uma aquarela de raças. O Brasil tem ricos, pobres, milionários, miseráveis, uma pirâmide social com a base, proporcionalmente, maior que qualquer das pirâmides egípcias e mais "achatada" que qualquer das pirâmides Astecas. Mas, fundamentalmente, o Brasil tem o brasileiro.
O brasileiro, povo guerreiro "sul-afro-ameríndio" que foi para as ruas na década de 80 conquistar o direito ao voto. Conquistar a soberania popular que, segundo a Constituição 88, é "exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos (...)" (Art.14).
Não venha um imbe'Síl' qualquer me falar de "quem deveria ou não votar", que "quem lê jornal é melhor eleitor do que aquele que sequer sabe ler" ou que "o problema do Brasil é o povo brasileiro".
Na minha modesta opinião, embora o "peso" dos votos seja o mesmo para todos, o voto de "menor valor" é o desse tipo de eleitor. Alguém que não reconhece que toda e qualquer solução para o nosso Brasil passa, direta ou indiretamente, pelo suor do povo brasileiro.
A propósito, onde andavam estes imbecís, que só fazem reproduzir as notícias dos jornais e repassar e-mails que "sentam o pau" no Brasil e no povo brasileiro, em meados dos anos 80?
Abraços
AndréChr


Fotos: Sebastião Salgado

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sempre Pessoa...

Nas grandes horas em que a insónia avulta

"Nas grandes horas em que a insónia avulta
Como um novo universo doloroso,
E a mente é clara com um ser que insulta
O uso confuso com que o dia é ocioso,

Cismo, embebido em sombras de repouso
Onde habitam fantasmas e a alma é oculta,
Em quanto errei e quanto ou dor ou gozo
Me farão nada, como frase estulta.

Cismo, cheio de nada, e a noite é tudo.
Meu coração, que fala estando mudo,
Repete seu monótono torpor

Na sombra, no delírio da clareza,
E não há Deus, nem ser, nem Natureza
E a própria mágoa melhor fora dor."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 25 de março de 2009

Phrásis #1...

Começo a rir, antes mesmo de escrever o próximo parágrafo. Porque, mesmo para mim, soou um tanto arrogante. Mas... Vamos lá!

Por vezes, em meio a conversas com amigos ou divagações solitárias, falamos coisas que são, definitivamente, dignas de serem publicadas, eternizadas. Eu mesmo digo coisas geniais (tudo bem, é totalmente arrogante).

Mas, em razão disto, resolvi inaugurar no Sundae, Blog Sundae... uma seção onde, inicialmente através de simples postagens, publicarei algumas "pérolas".

Poderia chamá-la de "fraseomania", mas vou nomeá-la Phrásis... do grego, "modo de falar". Vejamos no que dá...

"Sou um ator de teatro, esqueceu? A platéia vê oq EU quero que ela veja... Oq o olho alcança. Só quem chega muito perto é que percebe toda a maquiagem!"
(Eu, no MSN, em 25/03/2009, às 02:57h)

terça-feira, 24 de março de 2009

Os relacionamentos e a justiça...

Já parou pra pensar que os relacionamentos têm tudo a ver com um procedimento jurídico?

Digamos... Todo relacionamento traz embutido uma "fase de conhecimento", para depois ter a "fase de execução". A "doutrina" da mocidade, então, inventou as "medidas cautelares" e a "tutela antecipada". Afinal de contas, ficando você já obtém aquilo que conseguiria com o relacionamento principal e, além do mais, já toma conhecimento de tudo o que possa acontecer no futuro.

Esse processo de conhecimento pode ser "extinto sem resolução de mérito", por "carência de ação"… E sem o impulso oficial a coisa não vai pra frente. Pode ser por "ilegitimidade de parte", que normalmente se constata apenas na "fase probatória". Ou, ainda, "impossibilidade do pedido", ou seja, chega a um determinado ponto que não tem quem agüente. E ainda, o mais freqüente, que é a falta de interesse… aí paciência!

Logo na "petição inicial", pode ocorrer o "indeferimento por inépcia", se já chegar sem qualquer fundamento.

Se ocorrer "intervenção de terceiros", aí a coisa complica, pois amplia "objetiva e subjetivamente" o relacionamento, tornando-se uma "questão prejudicial".

Como se sabe, todo "litisconsórcio ativo" é "facultativo", dependendo do grau de abertura e modernidade do relacionamento. É necessário estar sempre procedendo ao "saneamento" do relacionamento, para que se mantenha a "higidez para as fases futuras".

É um "procedimento especial" – uma mescla entre processos civil e penal -, podendo seguir o "rito ordinário", "sumário", ou, até mesmo, o "sumaríssimo", dependendo da disposição de cada um.

A "competência para dirimir conflitos" é "concorrente". E a regra é que se busque sempre a transação.

Com o passar do tempo, depois de "produzidas todas as provas" de amor, chega o momento das "alegações finais"… é o noivado! Este pode acontecer por "simples requerimento" ou então por "usucapião". Alguns conseguem a "prescrição" nesta fase.

E chega a hora da "sentença": 'Eu vos declaro marido e mulher, até que a morte os separe'.. Em outras palavras, está condenado à "pena de prisão perpétua". São colocadas as algemas na mão esquerda de cada um, na presença de todas as "testemunhas de acusação". E, de acordo com as regras de "direito das coisas", 'o acessório segue o principal'. Casou, ganha uma sogra de presente. E neste caso específico, ainda temos uma exceção, pois 'laços de afinidade não se desfazem com o fim do casamento'.

Essa "sentença" faz apenas "coisa julgada formal". É possível revê-la a qualquer tempo. Se for "consensual", tem que esperar um ano, apenas! Talvez você consiga um "habeas corpus" e consiga novamente a liberdade.
Como disse alguém que não me lembro agora, 'o casamento é a única prisão em que se ganha liberdade por mau comportamento'. Neste caso, você será condenado a "custas processuais" e a uma "pena restritiva de direitos": "prestação pecuniária" ou "perdimento de bens e valores".

Autor desconhecido

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ser lembrado...

Ser lembrado, seja pela posteridade ou pelo único desafeto, seja por alguém que a gente desconheça ou por aquele a quem tanto amamos, de uma forma ou de outra, com maior ou menor intensidade, mexe com a gente. Com o "ego", talvez (teorias Froydianas não são a minha especialidade).

A tecnologia, que nos possibilita cada vez mais contato com "Deus e o mundo", que nos coloca instantâneamente diante dos amigos e também dos inimigos, que por vezes nos expõe a ponto de sequestradores usarem informações publicadas na rede para preparar seus crimes, também tem seu encanto, seu romantismo, sua poesia.

Há bem pouco tempo (acreditem) as pessoas se utilizavam de cartas escritas a mão, enviadas pelos Correios, para se fazer lembrar ou demonstrar lebranças de alguém. Outras se utilizavam de modos mais simples e, na minha opinião, até mais carinhosos, como um recadinho sobre a mesa, um bilhete preso à geladeira ou um cartão debaixo do traveseiro (acompanhados de fotos então, poderiam levar às lágrimas). Só depois veio o "Post-it".

Para uma pessoa que mora sozinha ou alguém que vive na correria do cotidiano, por exemplo, que mantém (ou tenta manter) contato com determinadas gentes somente via internet, acessar o seu Blog ou o seu E-mail, fazer o "login" no Orkut ou no MSN, e receber uma simples mensagem... Faz, definitivamente, o dia valer à pena.

Imagine você chegando em casa, depois de mais um dia corrido e, como toda segunda-feira, cansativo, ligando o computador - e eu o faço quase antes de dar a última volta na chave pelo lado de dentro da porta -, enquanto o telefone toca. O "sistema operacional" ainda se inicia, quando você ouve uma voz de criança do outro lado, que diz: "Oi, titio. To com saudade! Eu amo tu, tá? Bjo."

E quando, finalmente, seu meio de comunicação preferido está pronto para ser usado... Abre-se uma janela, onde está escrito:

"Tens o dom de ver estradas
Onde eu vejo o fim
Me convences quando falas:
Não é bem assim!
Se me esqueço, me recordas
Se não sei, me ensinas.
E se perco a direção
Vens me encontrar!!!

Tens o dom de ouvir segredos
Mesmo se me calo
E se falo me escutas
Queres compreender
Se pela força da distância
Tu te ausentas
Pelo poder que há na saudade
Voltarás!!!!"

Por mais que o alvo destas palavras seja você, tenho certeza que você gostaria que essa sensação de ser lembrado, de ser amado, seja universal. Só quem é lembrado assim sabe o poder que essas manifestações de carinho têm, mas a sensação de lembrar de alguém também é maravilhosa.

Pratique isso! Escreva AGORA uma mensagem para a primeira pessoa que vier à cabeça.

André Christ

Hora do planeta...

O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta, um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20:30h, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.



Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala.

Para mais informações... Clique aqui.

WWF - Brasil

domingo, 22 de março de 2009

Crônica de amor...

Crônica de amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.

O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.

Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim, você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.

Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao resto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC.

Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível, honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!

Pense nisso.

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 18 de março de 2009

Canibais Etíopes...

Numa tarde chuvosa de domingo, em 2006, atuei naquele que pretendia ser o primeiro episódio de uma Série-Comédia-Trash para a internet. E devo dizer que foi uma experiência muito bacana ter feito este trabalho no interior desse prédio maravilhoso, que eu sequer conhecia, patrimônio (ao menos da memória afetiva) de todos os pelotenses: o nosso Grande Hotel.


Agora, em 2009, os criadores do projeto - pessoas extremamente criativas que, infelizmente, em razão da corrida cotidiana, como a maioria de nós, acabam tendo de posar como criaturas - finalizaram os trabalhos de edição e pretendem lançar aquele que, agora, é um Curta-Comédia-Trash.

Com vocês, algumas cenas que tive acesso de... "DOIS BRANCOS, UM PRETO, UMA MINA E UM JAPONÊS".

Aperitivo


Trailer


Como um dos Produtores mesmo disse: "Mandem adiante, pois quanto mais gente olhar e falar mal, mais divertido vai ser." (Nixon Vermelho)

André Christ

segunda-feira, 16 de março de 2009

Postagem de abertura...

TERRORISMO POÉTICO
(Hakim Bey)

Dançar bizarramente a noite inteira em caixas eletrônicos de bancos. Apresentações pirotécnicas não autorizadas. Land-art*, peças de argila que sugerem estranhos artefatos alienígenas espalhados em parques estaduais. Arrombe apartamentos, mas, em vez de roubar, deixe objetos Poético-terroristas. Seqüestre alguém & o faça feliz. Escolha alguém ao acaso & o convença de que é herdeiro de uma enorme, inútil e impressionante fortuna - digamos, cinco mil quilômetros quadrados na Antártica, um velho elefante de circo, um orfanato em Bombaim ou uma coleção de manuscritos de alquimia. Mais tarde, essa pessoa perceberá que por alguns momentos acreditou em algo extraordinário & talvez se sinta motivada a procurar um modo mais interessante de existência.

Coloque placas de bronze comemorativas nos lugares (públicos ou privados) onde você teve uma revelação ou viveu uma experiência sexual particularmente inesquecível etc.

Fique nu para simbolizar algo. Organize uma greve na escola ou trabalho em protesto por eles não satisfazerem a sua necessidade de indolência & beleza espiritual.

A arte do grafite emprestou alguma graça aos horríveis vagões de metrô & sóbrios monumentos públicos - a arte - TP também pode ser criada para lugares públicos: poemas rabiscados nos lavabos dos tribunais, pequenos fetiches abandonados em parques & restaurantes, arte-xerox sob o limpador de pára-brisas de carros estacionados, slogans escritos com letras gigantes nas paredes de playgrounds, cartas anônimas enviadas a destinatários previamente eleitos ou escolhidos ao acaso (fraude postal), transmissões de rádio pirata, cimento fresco...

A reação do público ou o choque-estético produzido pelo TP tem que ser uma emoção pelo menos tão forte quanto o terror - profunda repugnância, tesão sexual, temor supersticioso, súbitas revelações intuitivas, angústia dadaísta - não importa se o TP é dirigido a apenas uma pessoa ou várias pessoas, se é "assinado" ou anônimo: se não mudar a vida de alguém (além da do artista), ele falhou.

O TP é um ato num Teatro da Crueldade sem palco, sem fileiras de poltronas, sem ingressos ou paredes. Para que funcione, o TP deve afastar-se de forma categórica de todas as estruturas tradicionais para o consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas de guerrilha Situacionista do teatro de rua talvez tenham agora se tornado muito conhecidas & previsíveis.

Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberadamente mais bela - deve ser o TP definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um trapaceiro barato cuja meta não é dinheiro, mas MUDANÇA.

Não faça TP para outros artistas, faça-o para pessoas que não perceberão (pelo menos por alguns momentos) que o que você fez é arte. Evite categorias artísticas reconhecíveis, evite a política, não fique por perto para discutir, não seja sentimental; seja impiedoso, corra riscos, vandalize apenas o que precisaser desfigurado, faça algo que as crianças lembrarão pelo resto da vida — mas só seja espontâneo quando a Musa do TP o tenha possuído.

Fantasie-se. Deixe um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime; crime como arte.

* Tipo de arte que usa a paisagem, normalmente natural, como objeto artístico, sendo a própria natureza (e seus fenômenos, chuva, vnto, etc.) elementos constitutivos da obra.

Tradução de Jersson de Oliveira