quarta-feira, 1 de abril de 2009

Raul e Gabriel...

Nesta terça-feira (lembrem desta data), dois homens importantíssimos acabaram partindo inexperadamente. Muito embora um tenha atuado na política e outro na literatura, a biografia dos dois é de fundamental importância para a formação da identidade do povo latino-americano.

Raul Alfonsin
Presidente da Argentina de 1983 a 1989, nasceu no dia 12 de março de 1927, em Chascomús, Buenos Aires. Depois da derrota da Argentina na Guerra das Malvinas (1982) contra a Grã-Bretanha, a vitória eleitoral de Raúl Alfonsín, que desde 1981 dirigia a União Cívica Radical (UCR), de orientação social-democrata, pôs fim a oito anos de ditadura militar. Apesar dos seus êxitos na política externa (entre os quais a resolução, com ajuda do papa João Paulo II, do conflito de fronteira com o Chile sobre o Canal de Beagle em 1984, e o acordo com a Grã-Bretanha em 1985), a sua política interna fracassou. O estadista argentino perdeu a presidência em 1989 para o candidato peronista Carlos S. Menem, o que se atribui à escalada dos conflitos sociais em conseqüência da crise econômica.

Neste 31 de março, o símbolo do retorno da Argentina à democracia, após uma violenta ditadura militar, morreu vítima de um câncer no pulmão, aos 82 anos, em sua casa em Buenos Aires, informou um dos médicos que o atendeu.

Gabriel José García Márquez
Nascido em 1928, em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos. Completou os primeiros estudos em Barranquilla e Bogotá. Chegou a iniciar o curso de direito, mas logo enveredou para o jornalismo. Em 1955, viajou para a Europa como correspondente. No final dos anos 50, de volta às Américas. Em 1960, mudou-se para a Cidade do México e começa a escrever roteiros para cinema. Publicou então seu primeiro livro de ficção, Ninguém Escreve ao Coronel, e aquele que seria seu romance mais conhecido, Cem Anos de Solidão (1967). Até 1975, García Márquez viveu na Espanha. Em 1981, voltou para a Colômbia; acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exila-se no México. Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Retornou ao jornalismo em 1999 e em 2001, publica Viver Para Contá-la, primeiro volume de sua autobiografia. García Márquez é o autor de Crônica de uma Morte Anunciada (1981), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), O General em Seu Labirinto (1989) e Notícias de um Seqüestro (1996), entre outros livros de ficção, memória e reportagem.

Neste 31 de março, a agente literária Carmen Balcells, uma das mais atuantes no meio literário de língua espanhola, previu o silêncio definitivo do escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, dizendo em entrevista ao jornal chileno La Tercera: "García Márquez não voltará a escrever nunca mais."

Não devemos lamentar a "partida" destes homens, mas aplaudi-la. Porque tanto Raul quanto Gabriel deixaram, há muito, cicatrizes históricas e ideológicas como herença para a latino-américa.

André Christ

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E então... O que me diz??