
Por volta das 22h de 10 de novembro, mais de 100 milhões de pessoas, em 18 estados brasileiros, ficaram sem energia elétrica, praticamente repetindo o que ocorreu nos dois últimos anos do governo do FHC (2001 e 2002). Na época, acusou-se falta de planejamento e investimentos em geração de energia.
Segundo as primeiras notícias sobre o caso, Itaipú simplesmente parou de gerar/enviar energia para Furnas, responsável pela distribuição. Em sua página no Twitter, Itaipú publicou comentários dizendo que não registrou nenhum tipo de pane em suas instalações. Em 4h os problemas já haviam sido 'resolvidos' e as 6 da manhã do dia deguinte, tudo operava a pleno.
No desespero de encontrar um/o culpado, evidentemente, o clima foi o vilão. Mesmo que o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) assegure que, embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itaberá, com atividade de raios no horário do apagão, mas a baixa intensidade da descarga registrada (menor que 20 kA) não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela. Em geral, apenas descargas com intensidade superiores a 100 kA, atingindo diretamente uma linha, poderiam causar um desligamento de linhas de transmissão operando com tensões tão elevadas como as linhas de Itaipu (duas de 600 kV e duas de 750 kV). Ontem (12), em entrevista à imprensa, Osmar Pinto, pesquisador do INPE, descartou a possibilidade de que os raios tenham provocado o apagão de terça-feira: “Foi uma tempestade normal nesta região do país, durante o período do apagão. Ou seja, dez minutos antes e dez minutos depois, nós tivemos 25 raios na região. Isso significa quase que com um raio a cada dois minutos, que não é quantidade de raios muito grande.” O INPE é um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Está sujeito a pressões políticas, claro. Mas seus técnicos têm uma reputação a zelar.

Indícios apontam para falha na transmissão entre o Paraná e São Paulo, segundo Itaipú, e a transmissão é da responsabilidade de Furnas. Desde o início ano passado, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já previa a necessidade de construir uma outra linha de transmissão, ligando Foz de Iguaçu a Cascavel (no meio do caminho entre Foz e Ivaiporã). A previsão foi feita no planejamento estratégico da estatal para o período de 2008 a 2012 e repetida no plano de 2009 a 2012. O fato é que Furnas é a dona da rede de transmissão de Itaipu e recebe uma taxa diferenciada, com prêmio, para transmitir essa energia. A nova linha colocará o "status" das linhas de Furnas como "rede básica", com uma remuneração sem prêmio, o que não é de interesse da empresa.
Outra questão igualmente importante é a forma como o Operador Nacional do Sistema (ONS) lidou com a rede na hora em que as linhas de transmissão pararam de funcionar. Quem entende do assunto afirma que houve uma barbeiragem na hora de manejar a distribuição da carga sobre o sistema. Isso porque Itaipu tem cerca de 12 mil MW de potência, dividida em dois blocos de 6 mil MW. Apenas as linhas que partem de um desses blocos de geração foram as que saíram de operação. O sistema brasileiro perdeu portanto metade de itaipu. Tudo que um sistema elétrico precisa para funcionar bem é que a geração seja igual ao consumo (carga).

Sempre soube que na política nacional não existem golpem baixos, existem golpes e fim. Mas, se algo nesse sentido for detectado, me parece que é a prova derradeira da falta de escrúpulos dos que querem o poder. Bom... A partir daí, não sou eu que vou te dizer o quê fazer nas eleições 2010... Só espero que tenhamos uma vela à mão, para que possamos acender e tentar enchergar o que há de podre em volta e iluminar as idéias. Ou, já que não consultei o calendário lunar, espero que seja lua cheia.
Ótimo!
ResponderExcluirImpressionante como uma coisa dessas pode desviar a atenção da mídia em questão de segundos. Esquecemos da H1N1, das CPI's ...
Ainda bem que temos informação!
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